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domingo, 1 de maio de 2011

Agressão difícil de identificar



Melhor caminho é a prevenção e o diálogo, orienta promotor mineiro


Tâmara Teixeira

Brincadeiras que magoam e agressões físicas dentro das escolas sempre fizeram parte do mundo de crianças e jovens. Por isso, um dos grandes desafios de pais e educadores é saber distinguir quando um caso de violência verbal ou física é "coisa da juventude" ou caracteriza um caso de bullying.

A psicóloga escolar Simone Ferreira explica que uma das facetas do bullying é a repetição. "Um desentendimento isolado não é considerado bullying, mas, quando se repete, é preciso acender o alerta", afirma.

"Meu filho sofre com bullying", "Acho que meu colega está sendo vítima". Essas são frases que Kelly Cristina de Moura, coordenadora de um projeto contra a prática no Colégio Santo Agostinho, em Nova Lima, na região metropolitana da capital, costuma ouvir. "O termo está popularizado. É preciso analisar os casos e conversar com todos antes de dar um diagnóstico. Muitas vezes, o ocorrido foi um desentendimento isolado", explica.

A psicóloga observa que além de uma boa conversa, a solução dos casos passa por um acompanhamento psicológico, tanto do agressor quanto da vítima. "Quem pratica a agressão está demonstrando que precisa de atenção. As consequências da violência sobre a vítima vão desde uma queda no desempenho escolar até depressão", conta.

O promotor mineiro Lélio Braga Calhau, autor do livro "Bullying: o que você precisa saber" acredita que o melhor caminho para coibir a violência é a prevenção e o diálogo, mas ele aconselha que, em casos de persistirem as agressões, a Justiça deve ser acionada.

"Quando vi meu filho chorando e inventando mentiras atrás de mentiras para não ir à escola, não tive dúvidas de que era bullying. Conversei com a direção, a família do outro menino foi chamada e hoje ele está recuperado. Os colegas o chamavam de ‘gayzinho’ só porque ele era mais tímido", conta a mãe de um garoto de 11 anos, que estuda em uma escola particular na região Centro-Sul da capital.

Violência pode acabar em prisão

Hoje, os casos de bullying que vão parar na Justiça são tratados como injúria ou, nas ocorrências em que há agressão física, lesão corporal. Mas, em breve, os casos poderão ser classificadas como crime. A escalada da violência, em especial nas escolas e na internet, motivou os promotores do Ministério Público Estadual de São Paulo a elaborarem um anteprojeto de lei federal que classifica a agressão como crime. Nos últimos quatro anos, o número de casos de bullying cresceu 30%.

"Nós não temos a ilusão de que a lei irá acabar com a violência, mas ela pode ajudar no combate. O bullying é um problema que envolve os pais e a escola", afirma o promotor Mário Augusto Neto, da Vara da Infância e Juventude paulista. (TT)

"O bullying sempre existiu"

Entrevista com Lélio Braga Calhau
Promotor

A violência nas escolas aumentou?

A terminologia bullying começou a ser usada no Brasil há dez anos. Os casos sempre existiram, mas não eram notificados. Por isso, fica difícil avaliar.

Se eles sempre existiram, o que mudou?


As pessoas estão mais conscientes de que essas agressões são um tipo de violência.

Como proceder diante do bullying?


O aluno deve contar aos pais e à escola. O primeiro passo dos pais é ter uma conversa no colégio. Se não solucionar, faça uma reclamação por escrito e protocole o documento no colégio pedindo providências. Em último caso, vá à Justiça. (TT)

Fonte: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=169946,OTE&IdCanal=6

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